segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Rio de Janeiro


Feita de pó e asfalto

No morro encontro o meu espaço

Na ladeira insana, que emana fúria e samba.

Faz chorar o meu cavaco e a mãe que vê o filho cortado em pedaços.

Chora parada em meio ao caos,

É tiro o que vem da calçada.

Corre!
Vem do morro...!

A desordem imperial, faz reinar o império canibal.

Sangue e destreza, eis o Cristo de braços abertos sobre o Apocalipse,

É o rio secando.

É a chuva passando.

Não quero me molhar.

Contra-a-mão



Em todo reflexo, enxergo meu olho esquerdo.

Todo dia acordo com meu travesseiro.

Todos os passos dados no meio da multidão.

Levam meu consciente inconscientemente para a contra-mão.

Fotos, rostos talhados.

Mantenho meu corpo fechado.

Reze por mim, que eu rezo por ti.

Faz tanto tempo que não choro

que nem me lembro mais do gosto da lágrima.

É de sal ou de água?!

Não lembro se é quente ou se é gelada.


Poeira


Ei de virar poeira e pó
No reflexo busco a imagem
Na intenção de conhecer-me melhor.