terça-feira, 8 de julho de 2008

Carta Capciosa

Naquela tarde de inverno, ela se colocava a debulhar palavras contidas em tintas sobre o papel.
Chorava como uma rosa pela manhã quando escorre orvalhos matutinos,
Ela tentava disfarçar todo aquele rancor que morava dentro do seu cérebro pecaminoso.
Olhava para o relógio e imaginava a hora parada, mas era desperdício de imaginação faze-lo.
Releu as palavras dele e respirou fundo, debruçou-se sobre a mesa e prosseguiu com seu discurso, na mente dela só ecoavam aquelas cinco últimas palavras que a fazia morder os lábios e engolir seu choro, ela travava as lágrimas que teimosamente escorriam sobre suas bochechas.
- “Sinto muito, mas Eu não te amo mais”.
Ela não sabia mais o que pensar, havia imaginado o quão filho da puta ele era, nem para marcar pessoalmente ele teve coragem.
Mas ao mesmo tempo ela ria com um lacrimejar nos olhos e raciocinava que assim era melhor.
Ela escreveu umas dez cartas, e assim que acabava ela tomava o outro envelope em suas mãos, e a carta que acabara de escrever era rasgada e assim sucessivamente. Ela passou a tarde toda escrevendo e reescrevendo toda aquela baboseira, fingia-se forte em algumas cartas, em outras era pura emoção.
Ao anoitecer, ela tomava um envelope que estava dentro da gaveta do seu guarda-roupa, guardou dentro deste envelope a carta que tinha escrito naquele instante. Olhou para o envelope grande que segurava em suas mãos, sorriu, com o sorriso pertinente a uma menina de 14 anos.
Abriu o envelope e colocou o conteúdo dele em um outro envelope cor parda.
Saiu escondida de casa, foi até a agência dos correios que naquela hora se encontrava fechada, com seu envelope selado, depositou na caixa que fica do lado de fora da agência.
Saiu dali como quem já tem um plano, maldito, plano maldito.
Voltou para casa, pegou um tanque de gasolina que seu pai tinha guardado na garagem, se banhou com aquela gasolina, em seguida ateou fogo em si...As chamas brincavam no corpo dela. Até que os movimentos cessassem, e o corpo deixasse de ter vida...
Quando o rapaz recebeu a carta estava tão complexado sentia-se culpado pela morte da menina que, olhava para a carta que havia sido entregue pelo correio, ele se assustou, o tamanho do envelope era grande, ele não o abriu, mas também não o rasgou.
[...]
Quase um ano depois, o tal menino, remexendo em tralhas velhas, achou aquele envelope, sentiu novamente o sentimento de culpa que sentira há quase um ano atrás, mas resolveu abrir aquele envelope de vez.
Ao abrir ele arregalou seus olhos como um gato que tem seu rabo pisado, tomou a carta em suas mãos, e começou a ler.
“ Nunca te pedi que me amasse, tampouco que fosse eterno, não fiz o que fiz por você, mas eu precisava de dinheiro e de você para executar meu plano. Meus pais jamais poderiam saber o que houve, espero que guarde segredo.
Ps.: Não deixe de fazer o exame também!"

7 comentários:

Naná disse...

Eu ñ entendi mto ñ...mas pelo título acho q a intenção era mais ou menos essa msm,mas achei forte e singelo.

Vc anda agressiva nos seus posts...engraçado isso.

Bjos, minha Guria!!

Henrique disse...

não gostei disso:
fingia-se forte em algumas cartas, em outras era pura emoção.
*eu acredito que ser forte não significa não agir por emoção, concorda comigo? Ser pura emoção é ser forte, a não ser que a pessoa tem emoções podres...

gostei muito disso:
Ao abrir ele arregalou seus olhos como um gato que tem seu rabo pisado, tomou a carta em suas mãos, e começou a ler.
*eu uma vontade de rir, ficou irônico por ser um tipo de textinhos recebidos de e-mail etc. Achei também um pouco previsível.

Beijos

Madamefala disse...

Apesar do fim trágico, tá perfeito no contexto.Gostei sim.
Se eu colocar "muito bom" Rico vai me esculachar.
Engraçado porque ontem escrevi um texto meio mórbido tb, mas nò publiquei ainda.
Naná enciumou do "irmã"que vc usou...rsrs( cabe isso?)

p.s.Bate aqui, irmã!

bjinhos mil.

Naná disse...

E não bastando ela vir chamar de irmã, ainda chama o Rico da forma q até então somente eu chamo!!

ai, ai, ai...

O Profeta disse...

E este Sol impõe a claridade
Pôs no celeste a Lua a bocejar
Perdi a conta das estrelas no céu
Ergui-me em bicos para as contar


Voa comigo sobre as emoções


Mágico beijo

Naná disse...

Guria, vá nos comentários da Lalinha...o tal da briga entre vc e o Rico...rs

Bjo

Michelle... disse...

seus contos são óóótemos!!
bjo
mi ;)